Review – Call of Duty: Vanguard tem campanha de cinema

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VANGUARD

Marcelo Jabulas | @mjabulas – A Segunda Guerra Mundial é uma fonte inesgotável para a indústria do entretenimento. E o setor de games nunca se cansa de usar o teatro de guerra como palco de suas produções. “Call of Duty: Vanguard” acabou de chegar ao mercado colocando o jogador no conflito entre o Eixo e Aliados. Com três modos: “Campanha”, “Multiplayer” e “Zombie”, o game tem tido reações diversas.

Apesar de a maioria dos comentários serem positivos, em que se destacam a fluidez do modo online e a campanha solo, há quem encontrou “pecados mortais” no game. Parte do público tem tecido críticas ácidas não sobre jogabilidade, bugs ou funcionalidades do game. Mais uma vez, o faniquito vem dos elementos de inclusão.

Em um comentário no Metacritic, um usuário escreve que a indústria quer: “apagar o homem branco da história”. Isso porque o game dá protagonismo ao tenente Arthur Kingsley, que é negro e pela atiradora russa, Polina Petrova, que é uma das grandes estrelas do game. Para uma galera de intelecto medieval, o protagonismo das minorias é mais grave que qualquer falha técnica da produção.

Enredo de Vanguard

Deixando as bravatas racistas e misóginas de lado, o modo “Campanha”, a trama tem início nos momentos finais da guerra, já em 1945. No game norte-americanos, australianos, britânicos e russos formam um time de elite para se infiltrar no que restou na estrutura de Adolf Hitler.

Numa invasão cinematográfica ao estaleiro dos submarinos alemães, o grupo é surpreendido por um oficial da SS. O nazista ataca o (então) protagonista, chamado Novak e a história tem início em flashbacks, narrando momentos dos meses anteriores.

A carga dramática é espetacular. Logo no início, na pele de Kingsley, o jogador depara-se com um paraquedista aliado, preso aos cabos, sendo estripado por um soldado alemão. O próprio salto no meio do campo de batalha é bastante tenso.

Há quem tenha reclamado da falta de fidelidade com o contexto histórico. O game não narra uma passagem verossímil da história, mas narrativas criadas para cada um dos protagonistas. E sejamos francos, numa guerra com seis anos de duração envolvendo quatro continentes e milhões de mortos, o que não falta são histórias e acontecimentos que validem os mais diferentes roteiros.

O grande lance é que o game insere missões com os integrantes do esquadrão. Cada um como uma história e momento da guerra. O game tem cenas que lembram o longa-metragem “Operação Valkiria”, ao retratar o setor burocrático do Reich, mistuados com “Bastardos Inglórios” e podemos até pontuar elementos de “Os Doze Condenados” e “A Guerra de Hart”.

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Mas uma das melhores fases é a passagem de Polina. A personagem foi criada a partir da ucraniana, Lyudmila Pavlichenko, que integrava o exército vermelho. A atiradora ainda detém o recorde de eliminações, com 309 baixas confirmadas.

No game Polina, é tão letal quanto a militar da vida real. Tanto que em suas fases ela foi apelidada como “Dama da Morte” e surge como um símbolo da resistência russa em Stalingrado.

Gráficos

Visualmente, o game é muito bem acabado. A textura dos personagens impressiona, assim como a captura de movimentos. A forma em que o personagem (em primeira pessoa) impunha diferentes armas, assim como os NPCs (personagens controlados pelo computador), é tudo muito refinado. Os efeitos de luzes e sombras são caprichados.

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Os diferentes reflexos e mudanças de tonalidade da pele de acordo com a incidência de luz são muito bem feitos. Claro que nos veteranos PS4 e Xbox One, assim como num PC mais modesto, as texturas podem demorar para se formar, mas não é culpa do jogo.

As interações com o cenário, comportamento dos inimigos e veículos também primam pelo capricho. No entanto, as animações fazem da produção um filme de guerra.

Gameplay

Quem quiser se sentir desafiado em “Call of Duty: Vanguard” terá que elevar o nível da dificuldade. Apesar de cada fase contar com pequenos desafios mortais, como cair de um trem, despencar num buraco, explodir por uma granada ou ser morto por irritantes pastores alemães, os combates são relativamente fáceis.

Isso porque os inimigos são muito mais frágeis que o jogador, que suporta muito mais danos. Mas trata-se de um lance que é comum em qualquer “CoD”, desde os primórdios da franquia.

No modo “Campanha”, as fases são lineares e a presença de NPCs cooperativos torna o andamento do jogo mais acelerado. Quando se está sozinho, o jogador sempre busca explorar os cenários. No entanto, com outros personagens ditando o ritmo, as coisas fluem mais rápido.

Mas faz parte da dinâmica dos games da franquia, mais ação e menos exploração, tem sido assim desde “CoD4: Modern Warfare”.

Online

O modo online se mostrou mais equilibrado. Para quem passou anos sendo trucidado por tudo e todos em diversos games de tiro, “Vanguard” foi uma breve massagem no ego. As partidas se mostraram mais equilibradas, e os ganhos de desempenho também são melhor distribuídos.

Aprimorar uma arma e melhorar a performance do operador (personagem escolhido) dá ao jogador maior competitividade. Tanto é que, pela primeira vez, consegui ser o melhor de meu time numa sessão.

O game oferece diferentes modos como “Baixa Confirmada” (coleta de plaquetas), “Dominação”, que exige conquistar e manter o controle de pontos do mapa, “Patrulha” e “Mata-Mata”. Para cada sessão, vence o time que atingir o números determinado de mortes primeiro.

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Individualmente, os melhores jogadores da partida podem ser votados pelos participantes. Além de bonificação extra. O jogador recebe pontos por votar e se escolher o melhor da partida, recebe outros créditos.

Zombie

O modo “Zombie” coloca o jogador numa partida cooperativa com outros jogadores. A brincadeira evoluiu com o passar das edições, mas a essência é a mesma. Os jogadores precisam conter as hordas de zumbis que surgem nos cenários.

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Trata-se de sessões demoradas e a cada onda vão se intensificando. Cada zumbi morto concede pontos de experiência e créditos que podem ser gastos com melhorias de armas, munição, novos armamentos e poderes.

Para quem não se dá muito bem com o modo online convencional, matar os zumbis pode ser uma boa opção, depois que o jogador finalizar a campanha solo.

Palavra final

Ano após ano “Call of Duty” coloca o jogador em diferentes conflitos armados. Depois de quatro anos, a franquia retorna à “Segunda Guerra Mundial”. O game leva o jogador para momentos da guerra que não são tão propagandeados como “Pearl Harbor” ou “Dia D”, mas que ainda sim geram uma imersão no que significa uma guerra. A diferença é que o herói pode ser bem diferente dos padronizados mocinhos do cinema.

“Call of Duty: Vanguard” é oferecido para PC, PS5, PS4, Xbox Series X/S e Xbox One com versões que variam entre R$ 280 e R$ 440.


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