Pipoca e Joystick: Uma nova chance a Scarface

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Marcelo Iglesias

Nada como uma segunda chance, para um homem se reerguer de uma queda. Se Oliver Stone, quando adaptou o roteiro de Scarface, para a versão de Brian de Palma, deixou que Tony Montana, o herói bandido, terminasse o filme fugindo com o “rabo entre as pernas”, a Sierra resolveu dar uma colher de chá para que o clássico personagem, interpretado magistralmente por Al Pacino, pudesse ter de volta o que era seu: o mundo.

Escrito por David McKenna, Scarface: The World is Yours tem início após à última seqüência do filme, quando a mansão de Montana é atacada por gangues rivais, que querem tomar o controle do tráfico de drogas em Miami. Após a fuga, o protagonista é dado como morto e alguns meses depois volta à cidade para reerguer seu império. No mais perfeito estilo GTA, o jogo oferece liberdade de entrar em prédios, atirar em quem quiser, roubar carros e tudo de ruim que der na cabeça do jogador, inclusive molestar mulheres na rua, na esperança de uma noitada.

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E já que falamos em GTA, a Sierra aprendeu bem com concorrentes da Rockstar Games, utilizando o mesmo padrão gráfico, mas adotou também elementos como os da EA em The Godfather, que dão mais diversão e desafios ao jogador, como subir de nível, conquistar reputação, adquirir bens exóticos, aperfeiçoar falas, dentre outros itens que fazem com que o personagem evolua.

Um dos objetivos de Montana é recuperar seu prestígio. E para isso não é possível que haja uma gota de escrúpulo e decência em seus atos. Vale tudo, até mesmo comprar cocaína e revendê-las nas ruas livremente. Mas até para isso é preciso treinamento, pois para traficar o jogador precisa saber negociar, senão pode tomar prejuízo e até ser confundido com um policial, o que pode resultar certamente em morte. E por falar nisso, a carnificina é geral, matar é com Montana mesmo, e a qualidade gráfica é bem detalhada.

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Outro fator importante no jogo é a excentricidade. O jogador deve comprar itens exóticos, para não dizer bregas, que irão rechear a mansão de Montana recém adquirida e reformada, como flamingos,estátuas, estofados cafonas, ou seja, tudo o que o você, caro leitor, jamais colocaria em sua casa.

A visão em terceira pessoa permite uma boa exploração dos cenários e explorar ângulos diferentes das variadas locações dessa Miami digital. A jogabilidade segue os mesmos padrões dos demais games do gênero e não demanda um doutorado para saber o que e como fazer durante a campanha.

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A parte gráfica não é seu forte. Apesar de ter texturas detalhadas, alguns elementos são demasiadamente poligonais, o que denota uma falta de capricho. Mas é até compreensível pois em 2006 faltava hardware para executar games do tipo mundo aberto com gráficos refinados. Vale citar que na época a referência era Grand Theft San Andreas que é quase uma homenagem a Pablo Picasso.

Se os gráficos não convencem a trilha sonora é de primeira. Assim como GTA, Scarface permite escutar rádios com clássicos como Judas Priest, passando por Motörhead e Sucidal Tendencies, ao country de Johnny Cash e o hip-hop de Grandmaster Flash. Isso sem contar o clássico “The Passenger”, interpretado por Iggy Pop, ou você acha que seria o Capital Inicial? Para fechar a experiência sonora nada como o ácido e estalógico vocabulário de Tony Montana, na voz do inigualável Al Pacino.

Disponível para PC, PlayStation 2, Xbox (original) e Wii

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