Review Terminator Resistance – Limitações não diminui “primo” do Rambo

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Terminator Resistance, game para PC, Xbox One e PS4

Marcelo Jabulas | @mjabulas – O mercado de games, como qualquer segmento da indústria, é cruel. Conseguiu um lugar ao sol não é fácil, ainda mais num universo que se tornou o maior setor do entretenimento, com segmentos de e-sports e grandes publishers que movem bilhões de dólares todos os anos. Para os estúdios menores, conseguir competir não é fácil. Orçamentos apertados interferem nos recursos de desenvolvimento e também na divulgação. E o problema se amplifica quando há uma mancha no currículo, o que pode causar uma rejeição prévia.

É o que aconteceu com Terminator Resistance, game do estúdio polonês Teyon, que estreou no final do ano passado. Para muita gente a Teyon é um nome desconhecido, mas faz parte de representativo polo de desenvolvedores polacos. O problema é a empresa foi responsável por um dos piores games da indústria. Não estamos falando de E.T. The Extra-Terrestrial, do Atari. Mas de Rambo: The Video Game, uma das piores coisas já produzidas, que maculou uma das séries mais emblemáticas dos anos 1980.

Assim, quando um estúdio que detonou com o Rambo resolve criar um jogo sobre o exterminador, as luzes amarelas se acendem. Terminator foi massacrado pela crítica especializada. A nota no indexador Metacritic foi 47 (PS4), 55 (Xbox One) e 60 (PC). No entanto, entre os consumidores as notas foram 7.2, 7.8 e 8.0, na ordem. Na Steam, a avaliação do game pelos usuários é nove, numa escala que vai a 10.

Desequilíbrio

A razão da bronca dos críticos se deve por questões técnicas e de jogabilidade. O game foi desenvolvido com o motor Unreal Engine 4. Trata-se de um motor gráfico consagrado, mas que já está defasado, o que compromete a qualidade visual. O game tem estética de uma produção da geração passada. Mas sejamos francos, quem deixaria de jogar Call of Duty: Black Ops só porque ele é da geração PS3 e Xbox 360? Claro, CoD:BO é impecável e não se comprara o jogo do exterminador, mas é só para ilustrar.

Realmente o game está longe de ser um colírio para os olhos. A movimentação não reproduz o molejo do corpo. Parece que o personagem se desloca sobre trilhos. Outro senão é sobre o jogo em si. O game é fácil. Mesmo jogando nos níveis mais desafiadores, não é difícil superar os obstáculos.

Liquidar spiders ou drones não exigem grande esforço e habilidade de esquiva, o que mostra que a inteligência artificial deixa a desejar. Além disso, parece que meio vazio. Sei lá, um pouco estranho. Mas deve ser assim que é o mundo pós-apocalipse. 

No entanto, o game evoluiu quando se tem contato com os T-800, até a trilha sonora fica mais tensa. Os ciborgues não são atingidos por disparos de armas comuns. Assim, há momentos em que é preciso ser furtivo. Mas não muito, pois eles são bastante estúpidos. 

Histórico não ajuda

Mas se formos olhar para o passado, o exterminador nunca foi um grande sucesso nos games. Ao longo dos anos diversos títulos sobre a série foram publicados, poucos tiveram boa qualidade. Até mesmo Terminator: Salvation (PC, PS3 e Xbox 360), que apesar dos bons gráficos e de ser bem fiel ao quarto filme da série, pecava pela jogabilidade demasiadamente fácil.

Mas o game tem elementos muito positivos a seu favor. Ele vai além de um game de tiro convencional. Com elementos de RPG, é preciso coletar sucatas, procurar insumos, resgatar pessoas, além de uma série de tarefas que geram interação com os NPC’s (personagens não controláveis).

Coisa de fã

O segundo ponto é que o jogo é sobre os exterminadores, o que faz dele uma experiência obrigatória para os fãs. Vivenciar o momento futuro da franquia é algo muito legal, pois nos próprios filmes (com exceção de Salvation) sempre são flashbacks. As animações garantem um bom nível de carga dramática ao game e ajudam o jogador a ter boa imersão.

O terceiro fator é o preço. Terminator: Resistance não custa nenhuma ninharia, mas também não pratica os atuais preços de lançamentos, na casa dos R$ 250. A edição mais em conta é para Xbox One (R$ 147). Na Steam, a edição para PC sai por R$ 150. E na PSN, a opção para PS4 parte de R$ 165.

Palavra final

Terminator: Resistance está longe de ser uma produção Triple A e muito menos figurará na lista dos melhores jogos para se comprar. Mas mesmo assim é um game que tem suas qualidades e méritos. A história é legal e a possibilidade de confrontar os T-800 já o elegem como uma opção para se jogar. Os elementos do jogo são bastante fieis ao universo da franquia. Numa baixa de preços, pode ser uma boa pedida.

Hasta la vista, Baby!


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