The Simpsons completa 30 anos no fliperama

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The Simpsons

Marcelo Jabulas | @mjabulas – Na virada para os anos 1990, o Beat ‘em up passou a dominar os games de fliperamas. E grandes franquias pipocaram no gênero, entre eles, The Simpsons. Isso porque esse estilo de game de pancadaria surgiu como uma opção interessante para o mercado.

Apesar da jogabilidade simples, se destacavam pelo nível de dificuldade elevado, tal como eram os jogos de plataforma que ocupavam as máquinas de fliperama. E quanto mais difícil, mais rentável. Afinal, zerar um game do gênero no arcade demanda toneladas de fichas.

The Simpsons

“The Simpsons: Arcade Game” não fugiu à regra. O game foi publicado em 1991, dois anos após a estreia do seriado na TV norte-americana. Naquela época Homer e sua família já tinham dominado o cenário da cultura pop. E a publicação de um game sobre eles era questão de tempo, tanto que semanas após o arcade, surgiu o primeiro título para NES.

Pessoalmente me lembro da notícia do game, por volta de 1992, quando amigos voltaram do Rio contando a novidade. Não demorou para o game chegar nos fliperamas de Belo Horizonte. Mas aos 13 anos, não era tão simples ir até o Centro para queimar umas fichas.

Mas quando rolava era preciso escolher entre “The Simpsons”, “Street Fighter II” e mais uma grande fileira de máquinas. Afinal, os trocados nunca rendiam mais que duas ou três fichas.

O game

Desenvolvido pela Konami, o game trazia elementos herdados de “Teenage Mutant Ninja Turtles”, como a opção de quatro jogadores simultâneos, assim como a lógica de jogabilidade. Pular, socar e especial.

A história é simples, no momento que a família passeia por Springfield, eles trombam com Waylon Smithers, que tinha acabado de afanar um diamante para o Mr. Burns. no choque, a a pedra cai na boca de Maggie, que é sequestrada. A partir daí a história começa.

The Simpsons

Tal como o game de Donatello e sua turma, o título dos Simpsons oferecia habilidades diferentes para cada jogador. Homer, Marge, Bart e Lisa tinham suas peculiaridades. Mas logo ficou convencionado na cultura urbana de que o melhor personagem sempre era Marjory Bouvier.

Isso porque a matriarca da Evergreen Terrace 742 tem maior raio de contato, graças a seu aspirador de pó. Marge é rápida e ataca com facilidade. Mas claro que isso não reduz o nível de dificuldade do game.

Visual

O jogo tem visual que segue a estética do desenho animado. Para a época era um facilitador, pois não demanda uma paleta de cores muito extensa e nem efeitos sofisticados. Além disso, em 1991, o desenho ainda tinha um aspecto grosseiro, bem diferente das últimas temporadas.

O game se desdobra por cenários de Springfield, com direito ao Bar do Moe, assim como os estúdios do Canal 6, cemitério e floresta. E claro, o escritório do magnata, em sua usina nuclear. Tem até uma fase que é um delírio dos personagens. E cada fase adiciona personagens como o chefe Wiggum, diretor Skinner, Moe, Barney, dentre outros.

Desafio

Chegar ao final da primeira fase com uma vida não é impossível, mas a dificuldade é progressiva. A cada fase surgem inimigos mais fortes e em maior quantidade. Tudo isso, em 1991, tinha uma razão: vender fichas.

O game recebeu edição para Xbox 360 e PS3, em que as fichas foram trocadas por continues. Jogar em emuladores como Mame, permitem carregar fichas infinitamente, o que pode tornar a experiência repetitiva e pouco desafiadora, mesmo que seja preciso “botar zilhões de fichas” até conseguir derrubar Mr. Burns.

The Simpsons

No entanto, atualmente é uma das poucas maneiras de rodar o game. Isso porque as edições para consoles saíram de catálogo. Quem comprou comprou?

Assim, a dica de quem for jogar no Mame, é se desafiar a jogar como na época do fliperama, quando os trocados eram parcos. Certamente deixará a experiência mais desafiadora.

Mais Simpsons

Depois de game para fliperama, Os Simpsons tiveram diversos games para consoles, como “Bart vs The Space Mutants”. O game estreou para NES no mês seguinte ao lançamento da máquina da Konami.

Ao todo, foram quase 30 títulos, boa parte tendo Bartolomeu J. Simpson como protagonista, entre eles “Bart vs The World” (NES), assim como “Bart’s Nightmare” (SNES) e “Bart Meet Radioactive Man”. Isso porque no início dos anos 1990 o marketing em torno seriado girava em torno de Bart Simpson, apesar de a alma da animação sempre ter sido Homer. No entanto, era mais fácil vender o pequeno delinquente do que tentar emplacar a caricatura do americano médio.

Alguns games buscaram outros protagonistas, como “Krusty’s Fun House”, em que o jogador assumia o controle do palhaço fanfarrão. O game tinha uma proposta semelhante a de “The Lemmings”. Vale a pena conferir.

Outro game que merece destaque foi publicado em 2009 pela Electronic Arts. A EA resgatou o Beat ‘em up com “The Simpsons Arcade”, para iOS. O game seguia a mesma lógica do título da Konami, mas com o jogador no comando de Homer Simpson.

Acontece que o game também se perdeu por falta de atualização para as edições mais recentes do sistema operacional. Uma pena pois foi o melhor game da franquia desde o título de 1991. Se o amigo tiver um iPhone abaixo do 5S, com o iOS original talvez consiga rodá-lo.

Orelhas de coelho

Um detalhe curioso do game são as orelhas de coelho de Marge Simpson. No game, quando a personagem toma choque elétrico, é possível ver as orelhas em seu crânio. Quando Matt Groening criou o seriado, ele criou a cabeleira de Marge com a ideia de esconder as orelhas, que derivam da tirinha “Life in Hell”, que ele criou em 1977 e que foi publicada na imprensa norte-americana até 2012.

No entanto, para adicionar as orelhas, Groening teria que fazer concessão de direitos autorais, além de as orelhas não terem o menor sentido no universo do desenho. Assim, a ideia morreu, mas a cabeleira continuou.

Para quem não conhece a tira Inclusive os personagens da tira aparecem no game, na abertura da primeira fase, assim como escondidos em árvores. Basta socá-las para que eles apareçam. “Life in Hell” era tão ácida e crítica como o próprio desenho animado.

Palavra final

Depois de 30 anos “The Simpsons: Arcade Game” não deixa nada a desejar para os Beat ‘em up modernos. Ele ainda é o melhor game da família amarela e merecia uma reedição.


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