Rocket League é legal, mas de graça é bem melhor

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Marcelo Jabulas | @mjabulas – O que te motiva a gastar seu dinheiro em um game? Opiniões de amigos, preço, publicidade, reviews, gráficos e jogabilidade podem ser alguns dos argumentos que nos levam a torrar uma grana num jogo. E se o título for um game em que carrinhos que disputam partidas de futebol? Pode soar pouco atrativo, ainda mais se custar caro. É o caso de Rocket League, que chegou em 2015 para PS4 e Windows.

O game é uma melhoria do inexpressivo Supersonic Acrobatic Rocket-Powered Battle-Cars, de 2008. Entre 2016 e 2018, recebeu versões para Mac, Linux, Xbox One e Switch. Mas apesar de melhor acabado, taxa de quadros elevada para 60 fps e física mais apurada, o game ainda não era capaz de atrair uma multidão ávida pela combinação do esporte bretão com carros tunados.

O game foi impulsionado quando o estúdio passou a bola pra frente. A Psyonix foi adquirida pela Epic Games, que passou a disponibilizar o jogo de graça, desde mês passado. Outro atrativo para conquistar jogadores foi a remoção da exigência de assinaturas para acesso a partidas em rede para PS4 e Switch. Assim, qualquer um pode jogar on-line, mesmo sem ter pago pacote PS Plus ou Switch Online.

E pelo visto a estratégia deu certo. Em setembro o número de jogadores simultâneos em todas as plataformas saltou para 1,3 milhão. Apenas na Steam, plataforma de vendas de games para computadores, o jogo registrou pico de 146.900 acessos. E olha que se tratam apenas das versões para Windows, Mac e Linux. No entanto, vale dizer que o game não está mais disponível na Steam, mas ainda pode ser jogado. Mas quem se interessar por uma das edições de computador, deverá baixá-la via Epic Game Store.

Aquecimento

Claro que se comparado ao fenômeno de Free Fire, que bateu pico de 100 milhões de usuários diários, no segundo trimestre deste ano (no auge da pandemia), os números de Rocket League são uma miséria. Mas justiça deve ser feita. O jogo de tiro da Garena é mobile.

Ou seja, qualquer um carrega ele no bolso e pode disputar uma partidinha em qualquer canto, no carro, no banheiro, na sala da sogra, na espera do dentista. Já Rocket League exige um dispositivo estático, com exceção da edição para Switch. Mas vale lembrar que a Epic tem “bala na agulha” para promover o game, ao contrário da Psyonix.

Estratégia

Mas isso deixa claro que o modelo Free-to-Play pode ser muito mais rentável que cobrar pelo jogo. Isso porque convencer o jogador a gastar R$ 200 com uma proposta um tanto tresloucada demanda um esforço gigante de marketing.

Agora, colocar de graça e deixar que o jogador se envolva com game facilita o caminho para ele comprar os pacotes de créditos do jogo, que podem variar de R$ 25 a R$ 270. Afinal, quanto mais o jogador mergulha na experiência, mais ele se torna propenso a gastar pequenas porções de dinheiro para personalizar seus carrinhos.

E não é achismo. Em julho, PUBG Mobile (que é gratuito) faturou nada menos que US$ 208 milhões (quase R$ 1,2 bilhão, seguindo a atual cotação do dólar). Ou seja, muita gente colocando um pouquinho de grana pode ser bem mais lucrativo que um pouco de gente torrando um volume maior.

O jogo

E como o diz o ditado: “De graça, até injeção na testa”, nada mais justo que experimentar o game. “Rocket League”, apesar de toda a maluquice de sua proposta, é um game divertido. O jogo permite diferentes modalidades de competições, assim como partidas “amistosas”, que são fundamentais para adquirir experiência.

A disputas ocorrem entre dois jogadores, duplas, trios e times com até quatro players. O objetivo é mais que óbvio: colocar a bola na casinha. Mas não é simples. Conduzir a pelota exige treino, mas é claro que há lances bizarros em que o jogador, mesmo sem querer, pode marcar um golaço, assim como entregar a paçoca com um gol contra.

Seu carrinho conta com nitros que aumentam a velocidade. Além disso é possível dar saltos e manobras que ajudam a “pegar na veia” e disparar um petardo indefensável. No entanto, como em qualquer jogo online, assim como numa pelada, no Campeonato Brasileiro e na Champions League, o que vale é o entrosamento do time.

Formar times com amigos e definir posições é fundamental para o bom desempenho. Nas partidas casuais em que se joga com quem estiver conectado, as partidas são um show de horrores, como aquelas peladinhas no meio da rua que todo mundo se embola. Mas é muito engraçado e faz o tempo voar.

Customizações

O game permite modificar os carrinhos, com cores, faixas e acessórios. Além disso, quando se compra créditos, é possível criar seus bólidos ou adquirir modelos mais exóticos. Eles não diferem em termos de competitividade. Mas fazem com que o carro se torne exclusivo. E no mundo dos games on-line, a vaidade é um combustível poderoso.

Dedicado esse texto aos craques PajePistola e Polentinha1235, que nunca conheci, mas me ensinaram (mais uma vez) que o importante é competir. Pois depois das goleadas que eles me deram, ainda continuei jogando. E dedico também ao meu parceirinho VivicoPlayer, que ainda sempre leva as boladas comigo. E vida que segue!


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