Mario, Maracanã e Olimpíadas

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GAMECOIN MARIO

Marcelo Iglesias | Redação GameCoin

Domingo é dia de “bater” a coluna. E como é de praxe, estava lá iniciando minha dissertação semanal com a televisão preenchendo o ambiente. Dessa vez, ela transmitia o encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A pauta da vez seria sobre games de esportes que despencam de preço com a renovação das franquias (o amigo lerá na semana que vem), mas eis que me surge Super Mario no meio da cerimônia. Opa, para tudo!!!

O encanador italiano, símbolo não apenas da Nintendo, mas um sinônimo do videogame cavou um túnel de Tóquio ao Rio de Janeiro para simbolizar o próximo ciclo olímpico que será realizado em 2020 na capital japonesa. O popular cano verde brotou no centro do Maracanã, com direito a fragmentos da trilha original e outras referências ao personagem bigodudo. Como assim?

Dentro da cultura japonesa há incontáveis símbolos, ícones, signos e elementos que poderiam ser utilizados para exemplificar o Japão, mas os organizadores decidiram contextualizar justamente com personagens da cultura contemporânea como Mario, Doraemon e Hello Kitty. No entanto, foi Mario quem roubou a cena, foi ele quem atravessou o planeta para a passagem do bastão.

Mas por que Mario e não um samurai, o Godzilla, um ronin, um robô, uma gueixa, o Jaspion, o Ultraman, Dr. Gori? Numa cultura milenar, tão rica e preservada, por que os japoneses escolheram justamente um personagem de videogame, inspirado no senhorio de um escritório da Nintendo nos Estados Unidos?

Simples, Mario representa um dos maiores fenômenos da indústria cultural das últimas décadas. Assim como a literatura, o teatro, as artes plásticas, a música, a fotografia e o cinema, os games deixaram de ser vistos apenas como um brinquedo ou distração eletrônica para ganhar um status de arte, de expressão cultural. Os games se tornaram o segmento mais lucrativo da indústria cultural, absorveu roteiristas, atores, músicos, desenhistas e quase todos os profissionais que atuam nas diferentes produções culturais.

Como negar a criatividade e genialidade de quem cria um roteiro, personagem, dá forma, movimento e vida para uma combinação de códigos binários? Como questionar a obra de Shigeru Miyamoto, criador de Mario, em que um bombeiro hidráulico viaja por canos para salvar o reino dos cogumelos? Miyamoto é tão surrealista quanto Dali!

A inclusão de Mario na cerimônia de encerramento da Olimpíada carioca simboliza os games como uma vertente indissolúvel da cultura pós-moderna. Afinal, quem não conhece Mario? Talvez nem todos tenham jogado Mario, mas certamente já ouviram falar dele e sabem o que aquele gordinho de bigodes representa.

Os games são sadios e comprovadamente benéficos para o desenvolvimento motor, para auxiliar no aprendizado, no estudo de idiomas e até como canal de sociabilização. Claro que, como todo produto da indústria cultural ou qualquer outra coisa na vida, o excesso é prejudicial, mas também são obras maravilhosas. Os games deixaram de ser coisa de menino, de nerd. Os games fazem parte da vida de adultos, idosos, meninas e mulheres.

Mario no centro do Maracanã, Mario no meio do Estádio Mário Filho, é a prova de que mundo é gamer, e os games são para todos!

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