Houve uma época em que um jogo eletrônico era muito mais do que sair atirando para todos os lados com vidas infinitas ou sistema de recuperação de danos. Checkpoints eram tão escassos quanto as míseras vidas que o jogador dispunha para atravessar toda a sorte de perigos e desafios propostos pelos level designers. Era uma época dura, cruel e até mesmo irritante em alguns momentos. No entanto, inesquecível. Tratava-se de um momento em que a tela com os créditos finais do game só podia ser atingida com muito esforço e dedicação, à base de muitas fichas, suor e lágrimas. Se você é um desses jogadores que sente falta de um desafio que seja de fato marcante, ou mesmo quer tentar a sorte em um título com dificuldade essencialmente hardcore, então “Volgarr the Viking”, é o game certo!
Volgarr the viking oferece dificulgade extrema
Agindo como uma autêntica carta de amor aos games da “Era Dourada” do entretenimento eletrônico, “Völgarr” irá surrá-lo impiedosamente desde o início, promovendo uma série de situações capazes de levar os jogadores mais impacientes à ira. Cada canto do cenário, cada elemento presente em suas telas estão ali, meticulosamente posicionados para ampliar os perigos a cada passo do protagonista. Não calculou bem o seu pulo? Morte instantânea. Não memorizou o movimento do inimigo? Vala certa.
No game da Crazy Viking Studios, quem quiser chegar ao final da aventura precisará dedicar mais do que meras horas de jogatina. Serão requeridas do jogador ampla perspicácia e persistência em níveis ultrajantes. Praticamente todo erro cometido é recompensado com a morte implacável. Seguindo o velho e cultuado estilo de plataforma side-scrolling, o herói se movimenta praticamente durante todo o jogo da esquerda para a direita, evitando e combatendo as ameaças que vêm em sua direção. Os inimigos não são exatamente complexos, mas exigem memorização de movimentos para serem eliminados com máxima eficácia.
Aliás, boa capacidade de memorização dos níveis do game é habilidade primordial para superar desafios como as paredes que atiram flechas, logo na segunda parte da primeira fase. Como a posição dos inimigos e armadilhas nunca se alteram, é bem provável que após ver seu personagem ser destruído, na próxima tentativa o jogador consiga evitar o dano recebido anteriormente, se transformando então em uma série de erros e acertos. A execução perfeita dos movimentos são compensadas, enquanto ações por puro reflexo geralmente resultarão em desastre.
Releitura de clássicos
Jogadores da velha guarda fatalmente compararão “Völgarr” a alguns clássicos como “Rastan”, “Black Tiger” e “Ghouls ‘n Ghosts”. E sem dúvida, em tempos onde gráficos primorosos e dificuldade inexistente parecem valer mais do que uma boa jogabilidade e situações desafiadoras, é muito interessante vermos o surgimento de games que prezam pela alta dificuldade e domínio do controle de jogo.
Se uma jornada marcada por incontáveis mortes para alcançar o fim do jogo não lhe assusta, “Völgarr” está mais do que recomendado e pode ser adquirido no site do desenvolvedor www.crazyvikingstudios.com por $11,99 dólares.
Por Thiago Augusto