Review: Ghosts ‘n Goblins Resurrection

Compartilhe esse conteúdo

Ghosts 'n Goblins

Marcelo Jabulas | @mjabulas –  Para falar de “Ghosts ‘n Goblins” é preciso voltar no tempo. Se na década de 1980 os games de plataforma 2D dominavam o mercado, na virada do milênio, o negócio era criar games em terceira pessoa 3D. Afinal, naquela época, os consoles com PS2, DreamCast, Xbox e Game Cube já contavam com hardware capaz de rodar esses games visionários. Daí muitos estúdios e publishers passaram a investir nesse formato que se consolidaria nos games Open World, como “GTA” e no Hack & Slash 3D, como “God of War” e “Devil May Cry”.

Selos como Konami e Capcom surfaram na onda. A primeira elaborou uma versão 3D de “Castlevania”, enquanto a segunda publicou “Ghosts to Glory”, que seria o representante tridimensional de “Ghosts ‘n Goblins”, que a rapaziada das antigas chamava de “Joguinho do Cemitério”. Era uma ruptura brusca em termos de jogabilidade e gameplay. O título teve boa recepção não a ponto de a produtora dar sequência.

Ghosts 'n Goblins

Nos anos seguintes a Capcom preferiu reeditar as versões clássicas da franquia para consoles como PS3, Xbox 360, Wii, PS4, Xbox One e Switch. Ao mesmo tempo um meio termo ganhou força no mercado, o 2,5D. Ele mantém o modelo de jogabilidade 2D, com deslocamento lateral e vertical, mas com gráficos 3D.

Ela mesmo experimentou a fórmula com o remake “Duck Tales” e “Mega Man 11”. E, este ano, trouxe para o mercado “Ghosts ‘n Goblins Resurrection”, que chegou no primeiro trimestre para Switch e que acaba de estrear no PC (R$ 90), PS4 (R$ 150) e Xbox One (R$ 130).

Visual

Ghosts 'n Goblins

Assim o “Resurrection” adiciona o melhor dos dois mundos, ao oferecer o mesmo dinamismo dos games de plataforma, somado à evolução visual, que permite efeitos bacanas, zoom e elementos móveis que tornam o game bonito de ser jogado.

O game

O novo “GnG” coloca mais uma vez o jogador na pele do cavaleiro Arthur e sua armadura. Ele precisa derrotar o grande vilão que aterroriza seu reino. No entanto, a nova produção faz uma espécie de mistureba de “Ghosts ‘n Goblins” com “Ghouls’n Ghosts” e “Super Ghouls’n Ghosts”.

Na verdade, os três games seguem o mesmo padrão de jogabilidade. O jogador dispara lanças, machados, facas e tochas, tem sua armadura como proteção primária e caso seja atingido fica de cuecas. Em “Resurrection” a Capcom facilitou a vida do jogador.

Isso porque os golpes atingidos vão desmontando a armadura de forma gradual. Na prática significa que nos games dos anos 1980 e 1990, o jogador tinha apenas dois pontos de vida, agora ele tem muitos outros.

Ghosts ‘n Goblins suave

Outra faceta do título é que as vidas são infinitas, há ajuste de dificuldade e é possível salvar o progresso. Pode parecer uma colher de chá demasiada, mas há uma explicação. Quando a Capcom lançou o primeiro episódio da franquia, ele foi projetado para arcades.

Assim, era preciso ser extremamente difícil para poder consumir o máximo de fichas dos jogadores. Além de ter poucas vidas e um cronômetro com apenas dois minutos até o próximo ponto de controle. Tudo isso para tornar cada minuto de jogo rentável. Afinal, não faria sentido se uma única ficha consumisse horas de jogo.

Agora o cenário é outro. O game precisa ser dominável. O jogador precisa ser estimulado a chegar até o final. Isso porque o feedback é imediato. Se o game é impossível de ser vencido, o jogador troca por outro.

Afinal, há milhares de games ao alcance de poucos cliques e comentários devastadores a poucos caracteres de distância e grande potencial de viralizar. Assim, o game deixou de ser um devorador de fichas metálicas para ser um ambiente capaz de manter o jogador imerso.

Na prática

Mas o grande barato desse game está na mistura da qualidade gráfica moderna, com as referências do passado. O jogador pode percorrer as fases de “Ghost ‘n Goblins” e “Ghouls’n Ghosts” de forma paralela. O game permite que o jogador escolha a final de cada estágio se joga na mesma linha ou alterna com o segundo game.

Se a armadura se desmancha de forma paulatina, as armas de Arthur são as mesmas de outrora. Lança, machado, tocha estão lá para serem arremessados nos inimigos. Os baús de tesouros também estão no game, com novas armas e armaduras melhoradas.

E é claro, no baú também pode sair aquele maldito feiticeiro que pode transforma o jogador em idoso ou pato. Mas não tem o mesmo efeito que no passado, onde essa perda de capacidade de combate era praticamente uma vida a menos.

Palavra final

“Ghosts ‘n Goblins Resurrection” é uma justa homenagem a uma das mais antigas e populares franquias da Capcom. Um game atemporal que ainda pode ser encontrado em suas edições mais famosas para plataformas como PC, PS4, Xbox One e Switch.

A evolução visual e novos elementos de jogabilidade fazem dele menos sádico que as edições do passado Fatores que elevam a fluidez do game. Uma dica é jogar e depois rodar os antigos, que estão disponíveis no pacote Capcom Arcade Stadium. O amigo vai descobrir como a banda tocava na década de 1980.


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.