Days Gone – Cinco razões para jogar

Compartilhe esse conteúdo

Marcelo Jabulas | Redação GameCoin – Outro dia postei um texto sobre o rebuliço da chegada de Days Gone. Muita gente esbravejou que o game era repetitivo, tinha um monte de bugs. Mas o problema do game foi a expectativa sobre a produção. Todo mundo queria um sucessor espiritual para The Last of Us. No entanto, entre o game da Bend Studios e a obra-prima da Naughty Dog existe uma única semelhança: a sobrevivência após uma epidemia que devastou a civilização. De resto, são games completamente diferentes e com propostas bem distintas.

Days Gone é um Action RPG por função, apesar de muitas missões imporem uma linearidade, o jogador tem total de liberdade para perambular pelo imenso cenário onde a trama ocorre. É bem diferente de The Last of Us, que é um game de aventura amarrado ao roteiro, sem o direito de ir e vir para onde e quando quiser. Mas vamos deixar de lado essas comparações e ir direto aos pontos que fazem com que DG mereça ser jogado.

Deacon St. John

Deacon é o protagonista da história. Ele é um motoqueiro e pertencia a uma gangue, até o mundo ruir. Ele é um cara durão, mas com valores sólidos de lealdade e justiça. Mesmo que seja um homem truculento quando ameaçado.

Deacon vive sua aventura ao lado de seu parceiro Boozer. No início do game o protagonista deixa de fugir com sua mulher, em um helicóptero de resgate, para não deixar seu amigo para trás, mas promete que irá reencontrar a patroa. Acontece que já se passaram dois anos, e os dois estão vivendo de pequenos trabalhos e sitiados numa torre de observação.

O protagonista é um sujeito interessante, sabe rastrear e utiliza uma besta, como Daryl de The Walking Dead. No entanto, seu visual está longe de ser parecido com o de Norman Reedus. Um lance engraçado é que Deacon é cara resmungão.

Ele vive praguejando, xingando e dando tiradas em todos. Ele reclamada de tudo, da altura, dos frenéticos, dos rippers, dos vagabundos e até de seu condicionamento físico. São elementos que criam um vínculo de simpatia entre o jogador e o personagem.

Marlboro Man

O mapa do game é imenso. E não dá para ficar de bobeira para lá e para cá. Afinal, quem está vivo quer seus parcos pertences e também suas tripas. E a única forma de se locomover de forma ágil e com o mínimo de segurança é de moto. Todo mundo adora usar Sons of Anarchy como analogia aos personagens, até eu citei o seriado do Netflix, no texto passado. Mas sinceramente, prefiro fazer analogia com Harley Davidson and Marlboro Man, só porque já cheguei aos 40 e ainda me lembro de Mickey Rourke antes de se tornar o Bowser (do filme do Super Mario) da vida real.

O problema é que a moto do Deacon é roubada e desmontada. E para não ficar a pé, ele conseguiu uma bike surrada. Mas é ela que salvará a pele do protagonista durante o jogo.

Quem acompanha The Walking Dead, Zombie Nation e demais seriados que retratam essa realidade zumbificada, sabe que gasolina não cai de nuvens. No game, a motoca do protagonista precisa ser reabastecida constantemente. Ficar sem gasolina, além de te deixar na mão e exposto a hordas de frenéticos, também de incumbe de buscar combustível para a magrela.

Daí a dica é usá-la para quando for a longas distâncias. Perto do abrigo, o melhor é ir no dedão. Outra coisa, a banguela só funciona quando a gasolina acaba. Descer usando a gravidade, se tiver combustível ela irá consumir.

Durante a campanha, o jogador pode fazer melhorias na moto. Para isso é preciso alavancar dinheiro com a venda de plantas, peles e demais quinquilharias que podem ser encontradas pelo caminhos. Além disso, é preciso concertar a coitada. Você pode até derrubar inimigos com ela, mas causará dano e ela poderá quebrar.

Hell Angel

Deacon e Boozer não têm mais uma gangue, mas nem por isso a gangue não saiu deles. O game oferece uma grande variedade de combates. O mais legal é que cada botão do Dualshock 4 ativa uma arma. Por exemplo, se o jogador pressionar L2, ele irá fazer mira de suas armas primárias (rifle, escopeta, metralhadora ou fuzil), assim como pistola e besta.

Mas se ele resolver apertar R2, ele irá utlizar sua arma branca (faca, pedaço de pau, taco de beisebol, facão, machado). Se for usar o L1, ele irá para a arma de arremesso (coquetel molotov ou granada). Tudo isso facilita na hora de lutar pela vida.

O jogador também pode fazer melhorias na arma. Pelo cenário há esquemas para melhorar as armas, como em Far Cry: New Dawn. Assim é possível confeccionar um taco com pregos. Ainda não deu para saber se também é possível trançar arame farpado no porrete, como em Fallout 4.

Sucateiro

Uma das coisas chatas de viver num mundo sem lei, tributos e capitalismo, é que os serviços de entrega também foram para o beleléu. Assim, o jogador precisa catar sucatas, trapos e o que mais for preciso para se manter vivo. Muitos itens servem para criar explosivos e curativos. Outros servem para fazer dinheiro.

Durante o jogo, Deacon irá encontrar diferentes armas, como facões, machados, tacos e tábuas. Essas armas brancas têm pouca durabilidade, como em Dead Island. O problema é que Deacon carrega uma de cada vez. Então, às vezes é melhor optar pelo porrete com maior durabilidade do que aquele taco cheio de pregos, prestes a se partir em dois.

No caso das armas de fogo, o protagonista sempre terá sua pistola a tiracolo. Ele pode carregar mais duas armas: uma primária (espingardas, fuzis, escopetas e metralhadoras) e também uma especial, que é o caso da besta, ou um rifle de longo alcance. Como a munição é escassa, vale a pena sempre optar pela arma que tiver mais disparos. Não adianta nada querer pagar uma Exterminador do Futuro e só cuspir bolhas de sabão.

No entanto, há lojas nos acampamentos que permitem comprar armas e depositá-las em armários. Dai o jogador pode trocar de trabuco quando bem entender e não apenas depender do que encontrar pelo caminho.

Frenéticos, rippers e vagabundos

Os frenéticos são os zumbis de Days Gone. Ao contrário dos mortos-vivos de The Waling Dead que são lerdos e lentos, esses são mais ágeis. Eles lembrar as criaturas e World War Z, Zombie Nation e Eu Sou a Lenda. Eles se deslocam rápido e atacam em bando. Ficar cara a cara com três ou mais frenéticos nem sempre termina bem.

Já os rippers são uma galera muito louca, que lembra os maníacos de Far Cry: New Dawn, com os doidões de Borderlands e Rage. São caras sanguinários que armam emboscadas para matar e saquear. São parecidos com os salvadores de TWD, com o sadismo de Simon, mas sem o sarcasmo de Negan.

Os vagabundos por sua vez são sujeitos covardes que vivem em pequenos grupos na floresta. O negócio deles é atacar acampamentos e são bastante hostis quando ameaçados.

Conclusão

Days Gone é um game interessante, que pode ter sido manchado pela imensa expectativa criado ao longo dos quatro anos de sua produção. Muitas vezes as tarefas podem soar repetitivas, mas sejamos honestos, o cotidiano de quem precisa sobreviver dia a após dia não deve ser muito diferente. E outra, matar ou morrer o tempo todo já deve ser um tanto eletrizante.

E mesmo que não exista monstros titânicos, poderes sobrenaturais ou jóias do infinito, trata-se de um game que gera grande imersão e empatia com os personagens. O jogador sofre com as angústias de Deacon e Boozer. Os diálogos são ótimos e a dublagem está muito bem feita. Tudo isso leva o jogador para dentro da trama.

Quando a moto fica sem combustível, ou o protagonista é alvo de uma emboscada, sempre rola aquele frio na barriga acopanhada de um marcante: “fudeu!”. São elementos que transportam o jogador para dentro da história. Você sofre com o cara e torce para que ele consiga se salvar.

Esse é o lance!

Mini ficha GameCoin:
Days Gone

Estilo: Action RPG
Estúdio: Bend Studios
Distribuidora: Sony
Modo On-line: Não
Idioma: Áudio, legendas e menus em português
Disponível: PS4
Preço Médio: R$ 200

E quanto vale o show?

Enredo: 4
Gráficos: 5
Jogabilidade: 4
Desafio: 5
Custo/Benefício: 4
TOTAL: 22 gamecoins

Tabela GameCoin de classificação

00 a 03 gamecoins: Péssimo
04 a 07 gamecoins: Muito ruim
08 a 11 gamecoins: Ruim
12 a 15 gamecoins: Regular
16 a 19 gamecoins: Bom
20 a 23 gamecoins: Muito bom
24 a 25 gamecoins: Ótimo


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.