BGS 2018: Conversamos com o ‘dono do jogo’

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Marcelo Jabulas* (@MarceloIRamos) | Redação GameCoin – Quem gosta de games fatalmente conhece a sigla BGS. É a abreviatura do Brasil Game Show, evento nacional que se transformou numa das maiores feiras de games do mundo e disputa com a Bienal Artes e o Salão do Automóvel de São Paulo a liderança de público. No ano passado, foram 317 mil visitantes nos cinco dias de feira. E este ano eles querem ir além.

O BGS se tornou o Woodstock dos games no Brasil. Num mercado com 60 milhões de jogadores, o Brasil ainda engatinha em termos de faturamento, se comparado aos mercados norte-americano, europeu e asiático. Mas para o fundador e diretor da feira, Marcelo Tavares, o brasileiro é apaixonado por games. E isso conta muito. “O Brasil sempre figura como os três maiores públicos do mundo em eventos de games. É impressionante a paixão do gamer brasileiro. Ano passado Hideo Kojima (criador de Metal Gear) ficou surpreso com a receptividade. Disse que nunca viu um público tão apaixonado como o brasileiro, bem mais caloroso do que em outras regiões”, aponta Tavares.

Aquecimento

Para o empresário, um dos principais problemas do mercado brasileiro tem sido a instabilidade econômica. Segundo ele, 2016 foi um ano complicado para o setor (assim como para o restante da economia brasileira), mas 2017 já apresentou melhoras e este ano a expectativa é que o mercado de games avance ainda mais.

“Os dois primeiros meses já demonstraram tendência de crescimento no faturamento. Além disso, este ano temos lançamentos importantes que ajudaram a alavancar as vendas, como Sea of Theives, God of War’, dentre outros”, acredita o empresário, que ainda aponta que segmentos como games para PC e e-Sports também estão aquecidos.

Apesar de as feridas da crise terem cicatrizado, Tavares aponta outros fatores que comprometem o desempenho da indústria de games no Brasil. “Contrabando e pirataria são problemas crônicos, mas não afetam só o Brasil. São problemas apontados em toda a América Latina. O problema é que somos o maior público da região, com 60 milhões de jogadores”, analisa.

A falta de critérios de fiscalização e uma fórmula tributária coerente potencializam o contrabando e a pirataria. Afinal, no Brasil, a carga tributária sobre videogames é de assustadores 72%, o que fomenta o comércio irregular e afasta empresas como a Nintendo, que decidiu deixar o mercado em 2015, justamente pela incapacidade de concorrer com o comércio irregular.

Mesmo assim, Marcelo Tavares é otimista sobre o mercado. “Acredito que com a queda da pirataria e elevação da economia certamente daremos salto ainda maior e nos posicionaremos como um dos principais mercados globais. Hoje há games gratuitos e serviços como EA Access, assim como o Microsoft Live Pass, que tem ajudado a massificar o setor. Além disso, mercado de games deixou de ser coisa para criança e adolescentes e passou a ser um entretenimento democrático para todas a idades, homem ou mulher. E a participação delas tem crescido muito”.

BGS 2018

A BGS será no São Paulo Expo de 11 a 14 de outubro e terá a presença de jogadores profissionais que se tornaram verdadeiras celebridades, como Fallen e Coldzera, além de nomes como Howard Scott Warshall, famoso desinger da Atari, que criou o polêmico E.T. The Extra-terrestrial.

Informações sobre ingressos: www.brasilgameshow.com.br

Fotos: BGS/Divulgação

(*) Matéria publicada na edição de 17 de março do Jornal Hoje em Dia

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