Alien Isolation: O dia que vi a vó pela greta da TV

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GAMECOIN ALIEN ISOLATION

Marcelo Iglesias

Sou alucinado com Alien, tanto a quadrilogia, quanto os inúmeros games em torno de Ellen Ripley e o aterrorizante monstro babão. Já disse nesse espaço e em outros em que escrevi, que fui um dos poucos que gostaram de Aliens: Colonial Marines. Sei que o game jorra bugs por todos os pixels, mas ele me permitiu bancar uma fuzileiro empunhando uma M41-A1 Pulse Rifle (metranca que me fascinava tanto que está no fundo de tela da página). Bom, acontece que Alien Isolation me causou uma imersão diferente, de ser um ser impotente diante do diabo.

Ridley Scott, criador dessa aberração, já disse publicamente que o xenomporfo é um grande filho da puta. E é verdade, esse monstrengo infernal é um grande filho da puta. Indestrutível, pavoroso esse bicho é o tudo que ninguém precisa por perto. E em Alien Isolation, você é literalmente transportando para dentro do corpo de Amanda Ripley, que é envidada à Sevastopol para ser a janta desse bicho. E durante toda a campanha, um pensamento domina sua mente: “O que estou fazendo nessa porra de lugar!”

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Para produzir o review do game, no calor do lançamento, joguei de forma analítica para avaliar a jogabilidade, gráficos, imersão, enredo, bugs como em qualquer outro jogo. Mas por ser Alien, depois de publicar o review, decidi estabelecer um método para imergir na brincadeira e decidi que só jogaria de madrugada, no breu! Foi genial, pois o fato de não ter nenhum espectador me safei do momento em que comecei pular feito uma menininha com a cara grudada na TV tentando me esconder num daqueles milhares de armários. Ridículo, mas comprovou que os caras da Sega, Creative Assembly e 20th Century Fox fizeram um trabalho do caralho.

O game é tão tenso, que a taquicardia é uma companheira constante. Muitas vezes minha frequência cardíaca superava os 130 BMP (de acordo com um o aplicativo do telefone) de tamanho cagaço. É foda, porque a sensação de solidão e vulnerabilidade da personagem Amanda Ripley te absorve. É como se eu estive sentindo o bafo quente daquele FDP na minha nuca. Os ruídos, estalos e aquelas trilhas sonoras malditas me lembravam que iria me ferrar a daqui alguns segundos.

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Peito estufado

Os produtores de Alien Isolation são sádicos e vão tem municiando com ferramentas e armas que fazem cócega no alienígena. Mas é uma grande verdade que, quando você está com um trabuco na mão, sua coragem aumenta. Você negligencia que é preciso fazer silêncio, dar um passo de cada vez, consultar seu sensor de movimentos o tempo todo. E são nesses vacilos que cramulhão espacial aparece para atravessar seu tórax como um moleque socando o dedo numa vasilha de brigadeiro.

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Mas o legal é que mesmo me acostumando com os cenários, com a dinâmica do jogo e aprendendo a diagnosticar o alien, o pânico não se desfaz. Cada missão tem sua dose pavor e dramaticidade, que te fez ter certeza de que Amanda é umas pessoas mais azaradas do universo. É merda atrás de merda. Uma passagem genial é quase no finalzinho, quando você vai vestir o traje espacial e enxerga o bicho no reflexo do capacete. Fodastico!

Dogville

Apesar das referencias óbvias da série, o game me lembrou o longa-metragem Dogville, estrelado por Nicole Kidman. No longa, a protagonista se torna uma espécie de escrava de uma comunidade e em Alien Isolation, o cotidiano de Amanda não é diferente. A coitada precisa resolver todas as cagadas e broncas dentro da Sevastopol, além de ouvir duras ou ser recebida a tiros pelos demais sobreviventes da estação espacial. Dá dó da menina. Ela sofre para burro com o alienígena, com os sintéticos violentos e tripulantes hostis. Mas eu também soube ser malvado e não perdia a chance de atrair o bicho para perto dos meus desafetos só para assistir a dilaceração.

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Bom depois de passar algumas madrugadas vendo minha vó pela greta de cada dependência da Sevastopol, só posso dizer que Alien Isolation é uma obra tão fascinante quanto Alien: O Oitavo Passageiro! Vale a pena jogar em qualquer console disponível (PS4, PS3, X1, X360 e PC). No One com Kinect instalado a interação é ainda mais legal pois o alien escutará seus impropérios e gritos de pavor. Genial!

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