Valeu Galvão: Quem são os grandes narradores dos games

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Marcelo Iglesias | Redação GameCoin

Na semana passada UOL Jogos foi atrás do narrador Galvão Bueno para questioná-lo a razão da inexistência da voz mais popular do futebol brasileiro nas franquias de futebol Fifa Soccer ou Pro Evolution Soccer. O narrador respondeu, via e-mail, que prefere se ater às partidas de verdade. Mas qual a relevância que a locução e pitacos de um figurão da TV podem impactar num game?

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Tecnicamente nenhuma, da mesma forma que também não altera em nada a performance do jogador e muito menos do elenco em campo. Mas há uma razão mercadológica na coisa. Afinal a cessão de imagem é um negócio lucrativo para todo mundo. Se não fosse assim, as figuras de Lionel Messi, Neymar, Odell Beckham Jr., Ewan McGregor e Damian Lillard seriam desnecessárias nos games de esportes.

John Madden e os narradores dos games

Não é de hoje que nomes das transmissões esportivas emprestam suas cordas vocais ou imagem aos videogames. Um dos precursores, se não for o precursor, desse filão é o comentarista e ex-jogador de futebol americano, John Madden. Madden é tão influente no esporte que seu nome assina a série Madden NFL, desde 1988, quando a EA Sports, divisão esportiva da Electronic Arts, publicou o primeiro game série.

Ainda na década de 1990, Madden NFL exterminou a concorrência e se tornou a única série de futebol americano do mercado, desbancando Joe Montana Football, assinado pelo lendário quarterback dos San Francisco 49ers, que teve apenas duas edições publicadas. A EA percebeu os comentários de Madden (nos primeiros games era apenas a imagem do comentarista seguida de uma frase grafada na tela) agregou valor ao game e passou apostar em vozes dos esportes em outros games. Franquias como NHL e NBA Live tinham traziam vozes de locutores e comentaristas. Até mesmo o grandalhão Shaquille O’Neal atuou como comentarista monossilábico em NBA Jam.

Fifa Soccer também engrossava o coro, mas como o futebol “com os pés” demorou a emplacar na terra do Tio Sam, a grande maioria das narrações (antes das traduções para várias línguas) contavam nomes das transmissões inglesas. No Brasil, diversas vozes do esporte bretão entraram nos games como Milton Leite e Silvio Luiz, este que teve memoráveis participações em “PES”, com seus bordões caricatos. Thiago Leifert engrossa a lista e tem sido o locutor oficial da versão brasileira de Fifa Soccer desde 2012 e confirmou sua participação em Fifa 17.

Mas quem presta atenção no locutor? Pensem bem? O game está rolando e jogador está concentrado tomar e manter o domínio da bola para armar jogadas e finalizar. Quem está do outro lado está preocupado em recuperar a pelota e fazer o mesmo no sentido oposto. Nesse momento ninguém presta atenção em nada que não seja a bolinha rolando pelo gramado binário. Ou alguém vai dizer que sua atenção se volta para a tagarelice do locutor?

GAMECOIN - FIFA 13
Narradores dão tempero aos games, mesmo quando as falas são manjadas

Os únicos momentos que se ouve a voz do narrador é quando a bola sai em linha de fundo, lateral, impedimento, defesa ou gol. Ou seja, ele aparece com algo interrompe a partida. Daí, a figura do narrador é apenas um recurso para agregar valor ao produto, sem nenhum tipo de eficácia no jogo em si.

Daí, será que alguém realmente gostaria de ouvir: “Eeeerrrgue o braço…”; ou mesmo: “É teste para cardíaco, amigo!”; “Haja coração”, ou opiniões sobre David Luiz?

Se sua vontade é essa meu amigo, a dica é tirar a poeira do PS2 e mandar um Bomba Patch, aquelas versões piratas de PES, que além da voz do Galvão tem até a logo da TV Globo aplicada na tela.

Talvez o que falte é um melhor sincronismo entre os narradores e o que ocorre nos games. Imagina os bordões do velho Galvão em FIFA ou PES? “Eh, amigo!”


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