Os 25 anos do Super Famicom

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Marcelo Iglesias

No dia 21 de novembro de 1990, a Nintendo alterou o eixo gravitacional da Terra com a apresentação do Super Famicom. O console 16 bits da “Big N” era a resposta para o Mega Drive, da Sega, com quem travava uma Guerra Fria pelo mercado de consoles de mesa, desde meados da década de 1980, quando Master System e Famicom (NES) colocaram um fim no reinado da Atari.

Se o Mega Drive tinha sido um dos precursores no padrão 16 bits, a demora em publicar o Super Famicom permitiu à Nintendo aperfeiçoar o equipamento de maneira incomparável, tornando-o muito superior ao Mega Drive. A começar pelo fato de oferecer hardware de áudio que saída em estéreo e um chip gráfico de 64 Kb com paleta de aproximadamente 33 mil cores, além do revolucionário efeito de zoom (Mode 7), que só faltava arremessar os objetos para fora do televisor.

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Outros diferenciais do Super Famicom era o desenho enxuto do console, com apenas um botão de ligar e outro de reinício (Reset), com uma alavanca de ejeção ao centro. O Joystick dava um banho do controle do Mega Drive. Com quatro botões coloridos à disposição do polegar direito e outro dois superiores (L e R), além dos básicos “Start” e “Select”, permitiam aos programadores atribuir mais funções nos games, além de consolidar o formato básico de um joystick que é utilizado até hoje. Naquela época poderia parecer exagerado tantos botões, mas só foi a Capcom publicar a versão doméstica de “Street Fighter II”, em 1992, para que todos aqueles botõezinhos se tornassem indispensáveis.

Junto com seu lançamento, a Nintendo publicou os clássicos Super Mario World e F-Zero, que foram extremamente competentes na tarefa de demonstrar a potencialidade do novo aparelho da marca. Com o preço de US$ 210 (algo em torno de R$ 810), o console se tornou uma febre no Japão. O restante do mundo teve que esperar até 1992 para conhecer o que Super Famicom ou Super Nintendo poderia fazer. No Brasil, o Super NES chegou em 1993, numa associação entre a Gradiente e a Estrela, batizada de Playtronic.

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Cartuchos e “travas”

Para tentar controlar a distribuição dos cartuchos, a Nintendo elaborou um sistema que impedia que um game japonês (Super Famicom) rodasse num aparelho norte-americano/europeu (Super NES). E a solução não poderia ter sido mais inocente. O cartucho japonês tinha a base de encaixe plana, enquanto o norte-americano vinha com dois sulcos, pois na base de encaixe do SNES tinha dois pinos que impediam que o game japonês se conectasse ao console.

Na época, chegaram a lançar adaptadores, mas a turma da pirataria, principalmente os muambeiros da Ponte da Amizade, descobriram que não era preciso mais que um estilete para “serrar” a trava. Era o passaporte para as falsificações chinesas invadirem o mercado para a alegria de quem não tinha dólares no colchão e muita grana para viajar para os Estados Unidos, ou via Paraguai, onde custava uma pequena fortuna.

Mesmo assim, o caminho mais barato e fácil para colocar as mãos num joystick do novo Nintendo era numa locadora que alugava o aparelho por hora. Durante um bom tempo, aquele tinha se tornado um ótimo empreendimento, tanto que pipocaram milhares de portas de loja com televisores e alguns consoles que drenavam os cruzeiros (Cr$) da molecada.

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Hoje o Super Famicom (SNES) se tornou um objeto de culto. Quem tem não quer vender e quem quer comprar tem que pagar caro. Mas, sem sombras de dúvidas, foi um dos videogames mais legais de todos os tempos!

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