Resident Evil: Vendetta e a deprimente trajetória dos games no cinema

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Marcelo “Jabulas” Iglesias | Redação GameCoin – O lançamento da animação Resident Evil: Vendetta, programado para 26 de julho, com distribuição on-line, reaquece a discussão sobre franquias dos games que ganham vida na sétima arte. No entanto, desde que o videogame se estabeleceu como fomentador da cultura pop, e consequentemente estimulou estúdios de cinema a se arriscam em registrar os personagens dos joguinhos na telona, testemunhamos algumas produções interessantes.

Mas nem sempre as adaptações deram certo, nem quando o jogo é um sucesso de vendas é garantia de que o filme dará certo. De Super Mario Bros a Tomb Raider, o que não faltam são longas-metragens que deram carne e osso para polígonos ou pixels animados. Vamos separar cinco jogos que sucumbiram no cinema. Confira:

Super Mario Bros

Foi assim como Super Mario Bros, produção 1993, que chegou no rastro do sucesso de Super Mario World, publicado para Super Nintendo em 1990. O filme é simplesmente deprimente, mesmo tendo Dennis Hopper no papel do Rei Koopa, ou Bowser. O resultado foi um fracasso de bilheteria e um prejuízo de US$ 20 milhões.

O filme é tão ruim que nem mesmo o casting dos protagonistas prestou. Nada contra os atores Bob Hoskins e John Leguizamo, que interpretaram Mario e Luigi, na ordem, mas eles não conseguiram convencer de que poderiam ser os irmãos bombeiros. E o pior Leguizamo não usava bigodes. Desde quando Luigi não tem bigodes. Se alguém se interessar em assistir essa porcaria, eu não me responsabilizo pelos efeitos colaterais.

Street Fighter – A Batalha Final

Outra tragédia foi a transfiguração da série de luta Street Fighter, em que astros como Jean Claude Van Damme, no papel do coronel Guile, e Raul Julia, na pele do vilão M. Bison. rodado em 1994 e publicado em 1995, Street Fighter – A Batalha Final, foi produzido pela própria Capcom e conta a história de um déspota que sequestra uma delegação da ONU e cabe a Guile e Cammy fazer o resgate. Os demais personagens caem de para-quedas na trama, numa tentativa nauseante de incluí-los na história, fazendo o uso de argumentos pífios e totalmente desconexos com o resumido enredo de Street Fighter II.

Se não bastassem a narrativa medonha, cenários pobres e interpretação medíocre dos atores, o filme ainda carrega a pecha de ser a mais deplorável atuação de Julia, que morreu meses depois de o filme ter sido rodado, vítima de um AVC. Assista se você quiser tomar ódio da Capcom!

Double Dragon

O ano de 1994 foi triste para o cinema. Além de Street Fighter, também foi publicado Double Dragon, que pode ser considerada como uma agressão ao clássico dos fliperamas.Com um enredo inexpressivo, locações e efeitos assombrosos, é um dos filmes B mais bisonhos já gravados. No game os irmãos Billy e Jimmy Lee, um loiro e outro ruivo, lutam contra uma gangue para resgatar a gatinha sequestrada pelos bandidos.

Já no filme, Jimmy (Mark Dacascos) tem traços asiáticos ao contrário do irmão Billy (Scott Wolf). Se não bastasse, Abobo, quele careca grandão do jogo, é um ser bizarro de papadas gigantescas e formas desproporcionais. Nem mesmo a participação de Robert Patrick (O T-1000 de Exterminador do Futuro 2), na pele do vilão Koga Shuko consegue salvar a película.

Doom: A Porta do Inferno

Doom é um dos games mais importantes da história do videogame. A obra de John Carmack, Tom Hall e John Romero ajudou a consolidar o gênero de Tiro em Primeira Pessoa (FPS) com uma história sangrenta passada numa base em marte. O filme estrelado por Dwayne Johnson e a lindinha Rosamund Pike tenta encaixar a história de Doom 3, no longa-metragem. Assim como no jogo, a coisa fede quando a Union Aerospace Corporation (UAC) desenvolve um sistema para teleportar pessoas e objetos da Terra para Marte, mas acaba abrindo uma conexão para seres bestiais vindos do inferno.

Apesar de todo mundo achar Dwayne um cara legal, não dá para salvá-lo em Doom, a atuação é fraca, assim como a história e só mesmo a carinha de anjo de Rosamund que não nos deixa com vontade de cortar os pulsos. A única parte legal é a sequência em que o herói, interpretado por Karl Urban, injeta drogas criadas para deixar os soldados mais fortes e a fotografia assume a visão em primeira pessoa como no game. Com direito a closes fechados no rosto do ator, como se fosse aquela carinha de Doom Guy que ficava junto com quadro de pontos de vida e munição do jogo original.

Max Payne

Outro cara boa praça que queimou o filme, literalmente, foi Mark Wahlberg em Max Payne, de 2008. O filme conseguiu manchar na ótima franquia da Rockstar Games, que narra a história de um policial que cai em desgraça após sua família ser morta. No primeiro jogo da série, Max Payne, protagonista que dá nome à produção, inicia uma cruzada pela vingança à gangue responsável pelas mortes e também aos responsáveis pela criação de uma droga alucinógena. No segundo game, a briga continua com a inclusão da personagem Mona Sax, que acaba ajudando o policial moribundo.

O longa faz uma mistureba dos dois episódios e inclui umas alucinações exageradas que deturpam a narrativa do game (que tinha uma história espetacular e animações que, apesar de antigas e tecnicamente limitadas, humilham o longa-metragem). Se você nunca jogou Max Payne, o filme é só mais um thriller policial, com um bagulho da pesada. Mas quem jogou os dois primeiros games, é uma experiência triste.

Outras produções decepcionantes como Mortal Kombat, Need For Speed (esse é ruim com força) e Resident Evil (que merece um artigo exclusivo, já que são vários filmes) nos convencem de que é melhor deixar cada um no seu quadrado, ou no máximo no âmbito da animação, como Vendetta ou Final Fantasy. Só Tomb Raider conseguiu superar a barreira do vexame, e muito é graças à indumentária de Angelina Jolie.

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