Apertem os cintos, os simuladores sumiram!

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Marcelo Iglesias | Redação GameCoin

O setor de games segue o mesmo comportamento do restante da indústria de entretenimento, em que alguns gêneros ganham relevância e outras caem no esquecimento. Vemos isso na música, no cinema e na seara dos videogames não é diferente. Basta o leitor se perguntar quantos filmes Western foram produzidos nos últimos 10 anos, assim como quantas bandas de lambada foram reveladas? E no caso dos games, o que aconteceu com os games de aviação? Simplesmente desapareceram e as poucas experiências de pilotagem estão relegadas a jogos de tiro multiplayer como Battlefield e Call of Duty. Pessoalmente, odiava aqueles moleques que gostavam de atropelar os inimigos com um F/A-18 em Battlefield 3!

Mas voltando aos game de pilotagem, o aviões saíram de cena no mercado de jogos. O gênero que era considerado como diversão de adulto nos simuladores de voo na virada dos anos 1990 e que turbinavam os acervos de consoles como Top Gun, G-Loc: Air Battle (foto), River Raid, Pilot Wings, After Burner e muitos outros caíram no ostracismo. Atualmente quem quiser pilotar um avião de combate precisa procurar um joguinho na Google Play ou App Store e se virar com o smartphone.

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Não existe uma explicação lógica para o desaparecimento dos jogos de aviões. Algumas hipóteses sugerem que os games modernos exigem um enredo relevante para prender a atenção do jogador. Daí um game de aviação como Flight Simulator não consegue imprimir tal imersão narrativa. Por outro lado, se voltarmos no tempo, em 1993 a Electronic Arts publicou Strike Commander (foto abaixo) que inseria uma história em meio a batalhas aéreas à bordo de um F-16.

No game, o jogador assumia o papel de um piloto mercenário que precisa prestar serviços como destruir comboios, bombardear bases, dentre outras tarefas que só quem está diante de um manche de um caça pode fazer. Ou seja, era possível inventar uma história para prender o jogador, mesmo que totalmente louca, uma vez que jatos militares usados não são vendidos em classificados.

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Outra razão pela bancarrota dos jogos de pilotagem é hiato de desafio entre os games tipo árcade e os simuladores. Se os joguinhos de aviõezinhos não inspiram grandes emoções, os simuladores tendem a humilhar os jogadores iniciantes. Muitos títulos ocupavam todo o teclado do computador. Cada tecla tinha um comando específico. Daí, fazer um avião decolar era algo grandioso. Voar até o destino era algo estimulante. Mas colocá-lo no chão geralmente era uma tragédia. Afinal, alguns simuladores exigiam que o jogador fosse praticamente um piloto de carreira para fazer o aparelho pousar inteiro.

E num cenário em que os jogadores precisam ter seu ego massageado, em que níveis de dificuldades elevados desestimulam a galera, a experiência de comandar um Cesna pode ser extremamente frustrante. Seja como for, é uma pena que os games de aviação estejam em baixa. Se há 20 anos, as limitações técnicas dos consoles impediam uma experiência realista, os aparelhos atuais podem reproduzir com muita fidelidade a pilotagem de um jato.

Os joysticks com comandos analógicos e uma série de botões e combinações permitiriam uma pilotagem bastante fidedigna. Mas esse tipo decisão de não depende apenas dos requisitos técnicos, e sim no mercado potencial para esse tipo de produção. Talvez estejamos precisando de mais filmes como “Top Gun” e “Águia de Aço”. Ou não?

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